Uma das coisas que mais nos preocupam quando estamos envolvidos com o processo de tratamento de um dependente químico, é o caso daqueles que são capazes de olhar nos olhos de qualquer um e afirmar que só fazem mal a si mesmos e que por isso não é preciso ninguém “se intrometer”.
Sua situação de vício já os cegou tanto que ele está fora do senso da razão.
Trata-se de uma pessoa que já perdeu o amor-próprio e admite que está sofrendo, mas se assume impotente diante de seu quadro, que é extremamente grave.
Infelizmente a realidade é que a pessoa que se entrega ao vício perde o sentido de família e se prende no seu próprio mundo de agonia. Ele julga que o seu sofrimento é somente seu e que vale a pena vivê-lo em troca das drogas. A família, caso queira, que se acostume com a ideia. Mas as coisas não são assim e é isso o que o dependente naturalmente não considera.
É para falar sobre esse assunto que hoje criamos esse artigo, destinado aos dependentes que acreditam apenas estarem fazendo mal a si próprios, mas principalmente ao familiar que sofre com a dependência química de um ente querido.
UM MAL SILENCIOSO
Uma das primeiras atitudes que uma pessoa tem quando começa a consumir drogas é a introspecção. No início a introspecção pode ser causada pelo sentimento de culpa, já que o usuário sabe que está agindo de forma errada, mas posteriormente, a introspecção é um sintoma da dependência. O vício em drogas sempre acarreta em depressão após o efeito da mesma ter passado e desta forma o isolamento é um caminho quase natural.
Com o tempo, sem conseguir se livrar do uso das drogas, a depressão constante e o dependente acreditando que apenas consegue ser feliz quando está sobre o efeito da droga, se inicia então um processo de “descaso” com os sentimentos alheios.
Normalmente o dependente sabe de todos estes sintomas, sabe que está fazendo mal para si e trazendo sofrimento para seus familiares, mas o vício não lhe permite sair deste círculo de sentimentos e incapacidade. Os sofrimentos aumentam e assim o consumo da droga também, o que causa no final ainda mais sofrimentos.
Ao dependente, você sabe que já passou da hora de buscar ajuda, assumir sua dependência e incapacidade de viver sem as drogas, dizer para não “se intrometerem” chega a ser um pedido de socorro, afinal, você sabe que existem pessoas que te amam e não permitirão te perder para as Drogas.
Ao familiar, procure ler nas atitudes aquilo que verdadeiramente está acontecendo para buscar ajuda o mais depressa possível. Isso diminuirá os efeitos negativos, já que a possibilidade de tratamento precoce aumenta muito o potencial de cura do dependente.
O SENTIMENTO DE CULPA
A família normalmente é tomada por um sentimento muito ruim: O sentimento de culpa.
Especialmente em se tratando de pais e mães, a busca pelos erros cometidos e o sentimento de que não cumpriram com o seu dever faz com que ambos se martirizem e sintam uma enorme dor devido à situação vivida pelo seu ente querido. Este sentimento precisa ser evitado porque em nada vai ajudar a tornar menos doloroso o processo e nem vai colaborar para a resolução do mesmo.
Você familiar, deve buscar auxílio de profissionais e quando iniciar um tratamento para a dependência de seu ente querido, realizar também um tratamento voltado para a família, que é fundamental para a recuperação do dependente e de suma importância na pós-internação.
A convivência diária com um dependente é extremamente dolorosa e normalmente os familiares acabam desgastados por causa do envolvimento físico e emocional, na tentativa de resgatá-lo da triste realidade do consumo de drogas e álcool.
Os sentimentos abalados, laços familiares quase rompidos, uma mistura de amor, compaixão, raiva e frustração, além da busca constante para saber de quem é a culpa disso tudo acontecer, são sentimentos e pensamentos que precisam ser tratados, reparados e resolvidos, ainda durante o tratamento do dependente químico.
COMO AGIR
Independente de qual estágio se encontra o dependente químico, buscar informação e auxílio profissional se faz necessário.
Sabemos que o sofrimento ao familiar gerado pela dependência de um ente querido sempre estará presente, desde a constatação ao uso de drogas até a observação da degradação física. O familiar sofre porque busca explicações, sofre porque busca culpados, sofre por falta de informação e sofre porque ama.
Cuidar e tratar destes sofrimentos, remover as mágoas, aparar as arestas, definir objetivos e deveres, compreender as dificuldades deve fazer parte de um tratamento familiar para dependentes químicos.
Estamos de braços abertos para acolher a todos quantos necessitem de nossa ajuda.
Temos grata satisfação em auxiliar nesses momentos da mais profunda vulnerabilidade familiar!
O tratamento familiar é de suma importância, tanto para os familiares como para o dependente, onde ambos se integram ao tratamento. É primordial para acabar com dúvidas, inseguranças e incapacidades, ajuda a terminar com o mal estar do preconceito gerado pela sociedade, construindo um indivíduo saudável e forte para enfrentar diariamente a dependência.
O cuidado à família está presente em todos os nossos tratamentos, pois sem ela, dificilmente conseguimos a plena recuperação do dependente químico ou alcoólatra.
O tratamento do Grupo ViDA é o melhor porque sabe da importância de não apenas tratar a dependência e sim o indivíduo como um todo, o que envolve a família também.